domingo, 16 de março de 2008

La Casserole

Um ultra-clássico da cidade que estava merecendo uma visita há muito tempo. Perfeito para um jantar de sábado. Apesar de termos ligado por volta de 20h30 e terem informado que já não era mais possível reservar, não esperamos nada. Chegamos às 21h30 e sentamos direto, ao lado do bar, bem na entrada.

O couvert, a R$ 8,90 por cabeça, é plenamente dispensável. Fique com as entradinhas. Fomos na elogiada sopa de cebola, e nos demos bem. É bem servida, muito saborosa e vem super quente, ideal para esse invernico que ninguém sabe de onde veio. Dá para imaginar uma passada no Casserole só para tomar uma sopinha dessa.

No prato principal, mais clássicos, evidentemente. Na mesa, dois coq-au-vin, um pato com laranja, e eu de Filet Rossini. Os coqs estavam exatamente como eu imaginei que viriam: pedaços macios de frango num molho super encorpado, muito sabor mesmo. Acho que me arrependi de não ter pedido um também. Detalhe bacana: eles perguntam se o cliente prefere coxa ou peito. E achamos que faltou um carboidrato para acompanhar, uma batata ou um arroz.

Meu Rossini estava bem correto, mas continuo buscando aquele sabor incrível do prato que comi no Lola Bistrot. E confesso que agora fiquei confuso, porque, em tese, no Casserole a receita segue a tradição à risca. Acho que vou pesquisar um pouco mais o tema.

Na sobremesa, nossa tarte tatin de maçã estava bem gostosa, mas o crepe suzette deles ganhou disparado.

Fomos bem de vinhos também. Levamos o Brunello di Montalcino Abbazia 2004 que eu tinha ganhado de aniversário. Excelente negócio com a rolha a R$ 40. Não deu para degustar adequadamente, mas posso dizer que era um vinho muito gostoso. E depois, o sommelier gente fina nos indicou um Cotes du Rhone E. Guigal, um dos poucos vinhos abaixo de R$ 100 da carta (os mais caros ultrapassam R$ 3.000). Muito gostoso também, quero achar para comprar.

Mais dois registros sobre o La Casserole: serviço e localização. O serviço é realmente impecável. Nosso garçom sempre atento a tudo, o maitre tirou nosso pedido e depois conferiu se estava tudo bem, e o sommelier apareceu assim que começamos a folhear a carta de vinhos com cara de ponto de interrogação. E a localização, no Largo do Arouche, centrão da cidade, e metros da boca do lixo, do minhocão e da cracolândia, é uma robusta prova de resistência. Instalado ali há mais de 50 anos, quando o Arouche devia ser um lugar muito bacana, o Casserole resistiu. Atravessar essa região e de repente encontrar um lugar como esse, cheio de carrões importados na porta, é mais uma daquelas surpresas que São Paulo prepara para nós todos os dias.

La Casserole
Largo do Arouche, 346 - Centro
Tel.: 3331-6283

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