quarta-feira, 30 de abril de 2008

Bar Anhangüera

Estava programando uma visita desde que foi escolhido melhor bar de São Paulo pelo Guia da Folha, em 2007. A idéia de um bar dedicado a cervejas artesanais brasileiras me pareceu ótima por si só.

De saída, já gostei do ambiente. Decoração estilo rústica, com bom gosto. E umas luminárias lindas, de ferro com vidro soprado (dica da Raca).

Para limpar a serpentina, uma garrafa de Therezopolis Gold, que já conhecíamos (está em todos os supermercados). Acho essa pilsen uma delícia, uma ótima opção para variar das de sempre. Pedido o petisco, comecei a exploração. A casa oferecia chopp pilsen Eisenbahn e escuro Bamberg (tipo Munich, eu acho). Fui no último, claro. Uma delícia.

Em seguida, quis provar mais uma pilsen. Escolhi a mineira Backer, muito interessante também. E como não era noite de enfiar o pé na jaca, já passei à saideira. Já que eles oferecem a linha completa da Eisenbahn, que a gente não costuma ver nos supermercados, resolvi pegar uma mais inusitada: Strong Golden Ale. Como o nome indica, é uma cerveja super encorpada, produzida ao estilgo belga, com graduação alcóolica de 8,5%. Excelente, para fechar com "golden key", ho-ho.

O serviço está correto, o cardápio com fotos é fundamental para se virar naquele monte de nomes, e servir a cerveja no seu próprio copo (quase todas) é um capricho bacana. Eu dispensaria a música ao vivo. A banda de blues era bem talentosa, mas o som, muito alto.

Infelizmente, as comidinhas não ficaram à altura. Pedimos um bolinho de carne e uns mini-hamburgueres. Nos dois, a carne estava com um sabor estranho. Em geral, sem graça. A conferir o restante do cardápio, mesmo porque o lugar vale a visita só pelas cervejas.

Bar Anhaguera
R. Tito, 25 - Vila Romana (ao lado do D. Felicidade, preciso voltar lá!)
(11) 3368-2771

domingo, 27 de abril de 2008

Bolo de caneca

A idéia estava lá no blog do Katsuki. Pelo aspecto pitoresco da coisa, resolvemos experimentar o tal bolo de caneca. A primeira vez que fizemos já deu pra cair na gargalhada com o efeito vapt-vupt do fermento nos 3 minutos de cozimento do bolo do microondas. Mas percebemos que a textura poderia ser mais suave e que a receita poderia ser incrementada.

Bom, lá fui eu. Primeira mudança: peneiramos todos os ingredientes secos da receita. A massa ficou mais fofa e não nos deparamos com nenhum grumo de farinha ou pó de chocolate. Segunda: tascamos umas amêndoas picadas pra...pra...pra ficar mais calórico, lógico! Terceira: fizemos uma caldinha quente de chocolate basiquérima e que quebrou o galho.

O resultado:



Ah, legal, né?

Bom, reproduzo aqui a receita:

Ingredientes:
- 1 ovo
- 4 colheres (sopa) de leite
- 3 colheres (sopa) de óleo
- 2 colheres (sopa) rasas de chocolate em pó
- 4 colheres (sopa) rasas de açúcar
- 4 colheres (sopa) rasas de farinha de trigo
- 1 colher (café) rasa de fermento em pó
- Ah! E a gente picou umas dez amêndoas

Modo de preparo:
- Coloque o ovo na caneca e bata bem com garfo.
- Acrescente o óleo, o açúcar, o leite, o chocolate e bata mais.
- Acrescente a farinha e o fermento e mexa delicadamente até incorporar.
- Misture as amêndoas picadas.
- Leve por 3 minutos no microondas na potência máxima.

Algumas recomendações do Katsuki:
- A caneca deve ter capacidade de 300ml.
- A medida de colher é sempre rasa.
- Se você deseja desenformar da caneca, unte uma outra caneca com um pouquinho de óleo, mas prepare-se para o efeito 'tubo', hehe.
- Você pode servir este bolo com coberturas, caldas, castanhas e sorvete. E pode comer quente!

Agora a coberturinha:
- 3 colheres (sopa) de chocolate em pó
- 1 colher (sopa) de açúcar
- 4 colheres (sopa) de margarina
- Um pouco de água

Modo de preparo:
- Numa panela misture todos os ingredientes, menos a água, e cozinhe em fogo baixo.
- Assim que começar a borbulhar -- o que vai acontecer bem rapidamente --, vá acrescentando água bem aos poucos, até obter uma consistência de calda.

Rachel Bonino

sexta-feira, 25 de abril de 2008

Rosé Club des Sommeliers



Uma super dica: a Miolo está produzindo os vinhos nacionais da linha Club des Sommeliers, marca própria da rede Pão de Açúcar. Isso significa comprar produtos Miolo por preço ótimos.

A gente começou a tomar o Miolo Seleção Rosé depois que o Saul Galvão elogiou no Paladar, num painel de rosés nacionais. Custava por volta de R$ 14 no Pão de Açúcar. Semana seguinte, fui comprar de novo, estava acima de R$ 20. Por isso, resolvi dar uma olhada no Rosé Club des Sommeliers, a R$ 12, e vi que era produção Miolo.

Nada me garante que é exatamente o mesmo vinho, mas quero crer que sim. Afinal, nada mal comprar de batelada garrafas de um vinho rosé bacaninha. Um carregamento vai para a praia nesse final de semana, por exemplo. Pra beber com o pé na areia...

Vejam o que disse Saul Galvão em 21/02:

MIOLO SELEÇÃO ROSADO 2006
COTAÇÃO: 87/100

Uma agradável surpresa, pois a linha seleção é a mais básica do ótimo produtor Miolo, feita normalmente com uvas compradas e não cultivadas pela família, como acontece nas linhas mais caras. Mas o rótulo indica que as uvas vieram do Vale dos Vinhedos, a primeira Indicação Geográfica de Procedência. Um corte de Cabernet Sauvignon, Merlot e Pinot Noir, uvas que aparecem também no Miolo Seleção tinto. Um rosado de cor bastante intensa, quase um clarete. Aroma ótimo, com muitas frutas vermelhas, como o morango. Mas demorou um pouco para aparecer. Algo floral também. Na boca, boa concentração de sabor e, de novo, as evocações florais e de morango. Muito gostoso, mas não dos mais refrescantes. Poderia ter um pouco mais de acidez, mas é macio e longe de ser enjoativo. Álcool muito bem integrado e retrogosto não muito potente, mas gostosinho. Para bebericar e para a mesa. 13% de álcool.

E visite o blog do Saul!

quinta-feira, 24 de abril de 2008

Nero D’Avola Masseria Trajone 2005

Achei no cardápio do Pasquale um vinho que já tínhamos tomado com um casal de amigos. Eu tinha comprado no Varanda, um pouco acima do preço da Vinci, que traz o vinho e é minha importadora favorita. O restaurante ofereceu a preço justo (R$ 65).

O aroma deste tinto siciliano chama a atenção desde o começo. Gostei, mas não identifiquei nada característico. Na boca, achei encorpado, mas com taninos suaves. Muito saboroso. Raca achou que lembra um Porto, e não se encantou, não. Eu compraria novamente.

Pasquale

A compra do guia Comer & Beber já começa a valer a pena: foi folheando o bichinho no carro que me lembrei do Pasquale – sempre que não acho o lugar ideal para comer, sei que estou perdendo uma boa oportunidade por não lembrar de algum restaurante que já conheço. Hoje, papai do céu olhou por mim.

O Pasquale não é exatamente um restaurante impressionante, mas tem uma enorme vantagem: não há nada nesse estilo – massas cantineiras com bom preço – no entorno da Vila Madalena. Ok, tem o Genésio, mas é um (excelente) boteco lotado e barulhento, e nem sempre estamos nesse pique.

Fui de rigatoni num encorpado molho de tomate com lingüiça toscana, exatamente o que estava precisando. Raca, calorenta do circo, encarou o penne caprese – mozzarella, tomatinhos, manjericão, alho e pecorino romano. O queijo ela dispensou porque tem dó de ovelhinhas. Na verdade, a moça – desavisada – não curte queijos caprinos. Mas gostou do prato assim mesmo, usando um bom parmesão ralado no lugar.

Sem bebidas, não teríamos gasto mais de R$ 50, o que é muito honesto. Com a rolha a R$ 18, a casa ficará imperdível se trouxermos um vinho de casa. O cardápio traz ainda duas boas páginas de antepastos, com queijos diferentes e embutidos artesanais, que experimentamos na primeira visita. Bacana.

Pasquale

Rua Amália de Noronha, 167
Tel.: 3081-0333

Veja São Paulo Comer & Beber 2008

Está nas bancas o guia Veja São Paulo Comer & Beber em novo formato – menorzinho, para carregar por aí (R$ 14,90). Tudo leva a crer que se trata de versão atualizada, repaginada e encolhida da edição do ano passado. Mesmo assim, vale cada centavo. Sempre achei a edição Comer & Beber da Vejinha um dos melhores, se não o melhor guia de restaurantes da cidade. Mas naquele formato tradicional de revista, só para consultar em casa mesmo. Indispensável para ter no carro ou na mochila.

segunda-feira, 7 de abril de 2008

Feijoada

Arroz primeiro, por cima o feijão fumegante, com as carnes, couve ao lado. Farinha de mandioca grossa sobre o caldo do feijão. Primeira garfada... uau. É de verdade: consegui fazer uma feijoada. E ficou boa.

Justiça seja feita, o processo envolve pouquíssimos segredos. Na verdade, trata-se muito mais de programação e paciência. Foi no final de semana passado que encasquetei de fazer uma feijoada com minhas próprias mãos. Quando pedi orientações a minha mãe, me pareceu plenamente possível. Mais algumas dicas da sogra, cheguei na receita que descrevo a seguir.

Ingredientes
(Curiosamente, não olhei para nenhuma quantidade, comprei tudo no olho)

1 kg de feijão preto (fiz 500 g, mas minha mãe alertou no meio do processo que era pouco, e acabamos fazendo mais 500 g de emergência)

Carnes salgadas (costelinha de porco, normal e defumada, e carne seca)

Lingüiças (paio e lingüiça portuguesa)

Bacon

Couve

Alho e cebola

Folhas de louro

Preparo

Comecei na quinta-feira, colocando as carnes salgadas de molho. Na sexta-feira de manhã, troquei a água. À noite, mais uma troca de água, e as carnes foram para a geladeira. E o feijão, pro molho.

Na sábado, importante acordar cedo: estava na frente do fogão às 8h. Fervi as carnes salgadas e as lingüiças, separadamente. Num caldeirão coloquei o feijão com aquela água escura em que ele estava de molho, depois as carnes salgadas, fervidas, e algumas folhas de louro – como sábado é dia de feira por aqui, usei louro fresco. Tudo vai cozinhar por algumas horas (por motivos de imperícia maior, decidi não usar panela de pressão).

Enquanto isso, tirei a pele das lingüiças e cortei em finas fatias. Como levam bem menos tempo pra cozinhar, só entram no caldeirão mais pela metade do processo.

Agora, é só ter paciência e aguardar as coisas chegarem no seu ponto.

Parênteses: depois de duas horas cozinhando, minha feijoada passou pelo controle de qualidade de mamãe. Foi essencial: ela percebeu que as carnes já estavam no ponto, mas o feijão não. Tirou as carnes do caldeirão, e deixou só o feijão cozinhando mais um tanto. Muitas costelinhas, por exemplo, passaram do ponto, se soltaram do osso e sumiram. Nada grave.

Foi nessa hora que aprendi o ponto do danado. Não é al dente. É quase desmanchando, o grão inteiro, mas feito uma massinha. As carnes voltaram pra panela, e em um pouco mais de tempo a feijoada já estava prontíssima. Antes do fim, refoguei um tantão de alho e cebola, e mandei pro caldeirão.

Por causa das carnes, não precisa colocar sal. A couve, basta refogar com um pouco de cebola, alho e bacon. Um arroz branco tradicional, e está tudo pronto. Não faço a menor questão de bisteca (acho um exagero) ou laranja, e ninguém reclamou.

Um brinde de caipirinha de Seleta ao sucesso da minha primeira feijoada.

Mais alguns detalhes

  • Momento de enorme emoção foi tirar caldinhos. Depois de alguns testes, o melhor deles eu fiz assim: tirei um tanto de feijão, que amassei bem com um garfo numa tigela. Depois joguei um tanto de caldo, misturei bem e penerei, colocando umas gotinhas de pimenta malagueta. Servi em pequenos copinhos de cachaça.
  • De entrada, servimos lingüiça toscana acebolada. Raca tocou essa parte: ferveu as lingüiças rapidamente pra firmar, depois fatiou com pele mesmo e refogou com a cebola em rodelas. Pãozinho... delícia!
  • A farinha de mandioca que mais gosto é aquela amarela, grossa, crocante. Minha mãe comprou numa feira na Vila Mariana, foi um “plus” sensacional.
  • A couve, compramos já cortada na feira, bem fininha. Teve gente que pediu mais grossa. Enfim, o trabalho da feijoada já era enorme, na próxima posso pensar nisso.
  • Esqueci da sobremesa! Pensando agora, teria servido goiabada cremosa e doce de leite com queijo branco, que tal?