quarta-feira, 26 de março de 2008

Churrascaria Varanda

Uma dica boa para quem quiser comer bem numa churrascaria sem frescura: a Varanda. Apesar de ser uma sugestão muito específica - ela fica no km 26 da Raposo Tavares, entre Cotia e Granja Viana -, compensa para aqueles que estiverem na estrada voltando do interior.

O rodízio bem variado sai por R$ 26,50. Claro que tem aquelas bizarrices de churrascaria tipo salmão grelhado, arroz carreteiro, abacaxi no espeto e - pasmem - até bolinho de espinafre (!). Graças a Deus não me deparei com um sushi. Bom, ignore solenemente tudo isso e ataque a picanha, a maminha e a alcatra, que é isso que interessa. As carnes são especiais, no ponto certo. Os garçons - legítimos do Rio Grande do Sul - sacam aqueles que curtem um bom churrasco e atendem muito bem. O bufê de saladas também é completinho. Só tome cuidado aos finais de semana: as filas por mesas podem demorar até 1 hora. De dia de semana, é sussa.

Rachel Bonino

Churrascaria Varanda
Raposos Tavares km 26
Tel.: 4702-2360

domingo, 16 de março de 2008

La Casserole

Um ultra-clássico da cidade que estava merecendo uma visita há muito tempo. Perfeito para um jantar de sábado. Apesar de termos ligado por volta de 20h30 e terem informado que já não era mais possível reservar, não esperamos nada. Chegamos às 21h30 e sentamos direto, ao lado do bar, bem na entrada.

O couvert, a R$ 8,90 por cabeça, é plenamente dispensável. Fique com as entradinhas. Fomos na elogiada sopa de cebola, e nos demos bem. É bem servida, muito saborosa e vem super quente, ideal para esse invernico que ninguém sabe de onde veio. Dá para imaginar uma passada no Casserole só para tomar uma sopinha dessa.

No prato principal, mais clássicos, evidentemente. Na mesa, dois coq-au-vin, um pato com laranja, e eu de Filet Rossini. Os coqs estavam exatamente como eu imaginei que viriam: pedaços macios de frango num molho super encorpado, muito sabor mesmo. Acho que me arrependi de não ter pedido um também. Detalhe bacana: eles perguntam se o cliente prefere coxa ou peito. E achamos que faltou um carboidrato para acompanhar, uma batata ou um arroz.

Meu Rossini estava bem correto, mas continuo buscando aquele sabor incrível do prato que comi no Lola Bistrot. E confesso que agora fiquei confuso, porque, em tese, no Casserole a receita segue a tradição à risca. Acho que vou pesquisar um pouco mais o tema.

Na sobremesa, nossa tarte tatin de maçã estava bem gostosa, mas o crepe suzette deles ganhou disparado.

Fomos bem de vinhos também. Levamos o Brunello di Montalcino Abbazia 2004 que eu tinha ganhado de aniversário. Excelente negócio com a rolha a R$ 40. Não deu para degustar adequadamente, mas posso dizer que era um vinho muito gostoso. E depois, o sommelier gente fina nos indicou um Cotes du Rhone E. Guigal, um dos poucos vinhos abaixo de R$ 100 da carta (os mais caros ultrapassam R$ 3.000). Muito gostoso também, quero achar para comprar.

Mais dois registros sobre o La Casserole: serviço e localização. O serviço é realmente impecável. Nosso garçom sempre atento a tudo, o maitre tirou nosso pedido e depois conferiu se estava tudo bem, e o sommelier apareceu assim que começamos a folhear a carta de vinhos com cara de ponto de interrogação. E a localização, no Largo do Arouche, centrão da cidade, e metros da boca do lixo, do minhocão e da cracolândia, é uma robusta prova de resistência. Instalado ali há mais de 50 anos, quando o Arouche devia ser um lugar muito bacana, o Casserole resistiu. Atravessar essa região e de repente encontrar um lugar como esse, cheio de carrões importados na porta, é mais uma daquelas surpresas que São Paulo prepara para nós todos os dias.

La Casserole
Largo do Arouche, 346 - Centro
Tel.: 3331-6283

segunda-feira, 3 de março de 2008

Mercearia do Conde

Prossegue a maratona Restaurant Week. O escolhido era o AK Delicatessen, mas estava lotado para aquele dia. O cardápio do Mercearia ganhou entre os que sobraram.

Ponto a menos logo de cara: a participação da casa no festival não estava indicada em lugar nenhum. O cliente que não tivesse lido no site, passava batido. Se é para esconder, melhor nem entrar na promoção, não é? Enfim, a comida redimiu a “esnobeza” e o atendimento fraco.

Na verdade, as entradas não eram nada especiais: Raca foi de tostadas de rúcula, nada menos que um pão italiano com folhas e lascas de parmesão por cima, bem sem graça. Eu e Debby, convidada do dia para aproveitar a “week”, fomos numa saladinha com lula picante. Ok, pero nada demais.


Mas o prato principal valeu o mini-calvário. Raca se deu super bem com seu nhoque de agrião ao molho de tomates frescos e passas, uma coisa divina. A textura denunciou a presença de ricota na massa, que combinou com os tomates estilo bruschetta. Esse eu preciso aprender a fazer.

Debby novamente me acompanhou, dessa vez num arroz marroquino com espinafre no iogurte. Muito bom também. No arroz, pedacinhos de frango e muitas especiarias, picante bem no nível que meu paladar hoje suporta.

O creme de banana da sobremesa não me impressionos, mas comi todo. As meninas acharam bem ruim e devolveram.

Acho que esse foi um dos restaurantes que, embora a experiência com o festival tenha sido bem boa, não vai merecer uma nova visita depois da promoção. Para a rua Joaquim Antunes, no entanto, estamos devendo muitas visitas: Mani, o novo Ravioli, várias casas para explorar.

Mercearia do Conde
R. Joaquim Antunes, 217

sábado, 1 de março de 2008

Aguzzo Caffe e Cucina

A idéia era fazer do almoço de sexta - geralmente mais prolongado - uma aventura gastronômica. Aproveitamos o Restaurant Week para conhecer o Aguzzo, casa do paranaense Osmânio Luiz Rezende, ex-maitre do Parigi, e que é conhecida por ser "cria do Fasano", dizia uma das críticas esquadradas na parede. Boa oportunidade de conhecer um restaurante $$$$$ e $ só que pagando bem mais barato.

Fato instigante é um restaurante tão sofisticado escolher a rua Simão Alvares, região muito periférica da mais nobre Vila Madalena. Uns cinquenta passos pro lado e você cai na muvucada Teodoro Sampaio. Aluguel barato? Busca de novos clientes? Vai saber... Sempre quando passo a pé, o bicho tá cheio.

Bom, vamos ao cardápio. Entre o salmão marinado e salada de folhas, e a polenta branca com molho de cogumelos, ficamos com a segunda opção. Ah, detalhe importante: no site do festival (www.restaurantweek.com.br), não há esta última opção no cardápio! Nunca tinha ouvido falar de polenta branca, variedade do famoso angu só que à base de semolina, pelo que entendi da explicação do garçom. Fica bastante suave e combinou com os cogumelos. Novidade aprovada.

Depois, Ju e eu apostamos no pernil de cordeiro marinado com ervas e vinho branco, assado e servido com polenta - essa a tradicional amarela. Pegadinha do cardápio: o termo pernil me deu uma impressão de que a quantidade servida seria mais generosa. Engano. Ficamos lambendo os beiços e sentindo falta de mais algumas lascas do cordeiro. Macio e envolvido num caldo reduzido muitíssimo saboroso, meio adocicado. A polenta amarela salpicada por parmesão acompanhou a carne muito bem. A vontade geal era de ter uma cestinha de pães só para não disperdiçar aquele molhinho!

Além dessa opção, também havia um bavettine com molho de pesto e legumes e - atenção - mais uma opção que não estava descrita no site: um nhoque com molho de carne de rabada e agrião.

Pra fechar os trabalhos, uma torta mousse de chocolate. Mas chocolate mesmo! Tipo cacau 70%. Muito bom.

A conta deu um susto no final. Tudo porque água, refri e cafés ficaram na casa dos R$ 3,50 a R$ 4,50, cada. Susto superado o balanço foi super positivo.

Rachel Bonino

Aguzzo Caffe e Cucina
R. Simão Álvares, 325

Casa Europa

Nossa primeira experiência juntos na edição desse ano do Restaurante Week. E começamos bem.

Escolhemos todas as opções de entrada e prato principal oferecidas no menu fechado. Pra começar, O Ju escolheu o trio de ostras, com uma gratinada com molho cremoso, outra frita com mel de hortelã e com pimenta dedo de moça e, a última, ao natural. Até eu que nunca me aproximei com entusiasmo de uma ostra, resolvi experimentar - a frita, claro. Bem interessante o sabor. O Ju curtiu todas, óbvio, já que se trata de um obcecado por aquela meleca. Com todo respeito.




De principal, a escolha dele foi a mais saborosa da noite: o Rabo de Toro (ui!). Foi assado lentamente no vinho do Porto e veio acompanhado por um creme de mandioquinha bem cremoso. Uma rabada chique, resumindo.

Já eu resolvi pegar mais leve nas opções. Comecei com uma salada batizada de "latina", com folhas verdes, guacamole e lascas de frango confitado. Vale dizer que foi o guacamole mais bem-feito que me lembro de ter comido. Depois, resolvi provar o fideuá, prato espanhol que é um dos hits da casa. Um tipo de paella que tem no lugar do arroz, a massa capellini d´angelo, que tem o formato de arroz mais compridinho, tipo um arroz selvagem. Bem suculento e com sabor forte e bom de frutos do mar. Pero podria tener mais polvo, mais camarão e mais lula...



Pra acompanhar tudo isso, levamos de casa o tinto Finca Sobreño Toro 2002. Um espanhol que "ornou" bem com tudo. Pelo menos pra gente.

A sobremesa escolhida foi a crema catalana, o creme brùlle dos espanhóis. Meio suave demais. Bom, mas valeu a comida, o preço - economizamos umas 40 giripas por causa da promoção - e a visita, já que fazia um tempão que a gente não ia lá.

Rachel Bonino

Casa Europa
Al. Gabriel Monteiro da Silva, 726