domingo, 24 de fevereiro de 2008

Beco do Bartô

Mais uma dica do Josimar na Folha, dessa vez muito mais certeira que o Genova.

A ocasião era um almoço familiar num sábado à tarde, e foi perfeito. Além da resenha do Josimar, li também do Guia do Estadão e da Gula, todas indicando um restaurante com jeito de comida bem feita a bons preços, num clima de informalidade.

É um beco mesmo, o que já é bacana. As mesas ficam num grande pátio, metade coberto. Ideal para almoço em dias de sol (a listinha atualizada segue abaixo).

Uma das resenhas indicava as carnes em favor das massas. Mas tudo pareceu muito gostoso no cardápio.

O couvert é simples, eficiente e grátis: boas azeitonas pretas e um queijinho gorgonzola pra passar no pão.

Mandamos duas excelentes entradinhas: bruschettas de tomate fresco com queijo chancliche, deliciosa combinação que quero fazer em casa, e ovos cozidos em gordura de costela. A descrição do último quase me fez desistir, mas o garçom garantiu que valia a pena. E valeu mesmo. Pesado, diga-se, mas muito bom o ovo “estalado” sobre fatias de pão italiano, e o caldo da costela em volta. O sabor da carne estava por toda parte, e a combinação foi perfeita quando partimos o ovo e a gema mole escorreu sobre o pão. Bem rústico, mas o sabor é incrível.

Não resistimos ao carro chefe da casa, costela laqueada com polenta cremosa e agrião. A fama é justíssima. Pedaços firmes de costela bovina, daquele jeito que sai desmanchando (dizem as resenhas que o cozimento leva oito horas), com um toque adocicado (é isso que quer dizer laqueado?). A polenta tinha uma textura mais firme do a que estou acostumado, mas mesmo assim acompanhou super bem a costela.

Nenhuma sobremesa seduziu e, além disso, estávamos tão estufados que nem dava para pensar em comer outra coisa.

A ocasião pediu cerveja, mas gostaria de pensar num bom vinho para combinar com esse prato. Imagino também passar ali uma tarde inteira com amigos provando as entradas (as outras opções pareciam ótimas), bebericando algo.
A maioria dos pratos, que são super bem servidos, custa até R$ 30, o que é muito razoável. Com entrada, umas poucas cervejas e o serviço, pagamos menos de R$ 50 por cabeça. E super perto de casa também. Uma excelente aquisição, que vamos certamente repetir.

Beco do Bartô
Rua Sampaio Viana, 216 - Paraíso – Tel.: 3884-0119

sábado, 23 de fevereiro de 2008

Genova

O resultado dessa visita é inusitado: não gostei da maior parte da experiência, mas fiquei determinado a voltar.

A dica veio do Josimar Melo, na Folha (para assinantes). Era perfeito para um jantar de dia de semana, direto do trabalho. A promessa de cozinha italiana com “gosto da simplicidade (...) e uma aura de coisa feita com paixão, com cuidado” me convenceu.

Fomos os primeiros da noite. O salão é gostoso (diz o Josimar que pode ser barulhento), e recebemos atendimento personalizado do sr. João, um dos proprietários.

A decepção começou no couvert: pão italiano com jeito de amanhecido, uma manteiga estranha. A sardella estava correta (não tem muito segredo...). Resolvemos dispensar e pegar uma entradinha.

Crostini de polenta com dois molhos – lingüiça toscana e cogumelos – e berinjela assada e gratinada. A deliciosa polenta foi o ponto alto da noite, talvez a responsável pela minha vontade de voltar. Molho de tomate com lingüiça do jeito que eu amo, sobre um quadradinho de polenta frita. O molho de cogumelos também estava muito bom. A berinjela estava gostosa também, mas dispensável diante da polenta.

Depois foi ladeira abaixo. Meu fusilli com molho de tomate e gergelim torrado não estava ruim. O molho de tomate estava bom, mas achei o gergelim desnecessário. Não fez muita diferença. E fusilli não é realmente a massa que mais me encanta.

A tristeza maior foi o bavette ao molho branco com abobrinha e açafrão da Raca. O molho parecia manteiga sem sal, pura e derretida. Pesado, sem sabor. Nossa sorte foi que o sr. João veio perguntar se estava bom e... enfim, não estava. Ele ofereceu para trocar na hora, claro. Escolhemos um penne com pesto de rúcula e amêndoas, esse sim, gostoso.

Ainda decidi tentar o tiramisu, sem sucesso. O chocolate em pó em cima estava exagerado, sabe quando forma pelotas na boca? Pena.

O vinho, um Terre Normanne Nero d’Avola, também era fraquíssimo. Mal chegamos na metade da garrafa.

Em resumo: muitos erros, mas uma polenta com lingüiça tão saborosa que deu esperanças de explorar mais o cardápio. Polpetonne, spaghetti com braciola. Ou mesmo pedir para fazer um penne com o molho da polenta, o sr. João diz que pode quebrar esse galho. E a rolha, a R$ 12, também anima. No mínimo, passar ali depois do trabalho para comer a polenta (R$ 11) é com certeza um programa bacana.

Genova
R. Lisboa, 346, Pinheiros - 3064-3438

terça-feira, 19 de fevereiro de 2008

Juqueí

Parênteses no papo comida para um palavrinha sobre viagem. Depois de quase duas décadas refém da casa em Toque Toque Pequeno (logo após Maresias, 3 horas de SP), fomos obrigados a nos virar para pegar uma prainha. E resolvi encarar mais uma dica de pousada da Mari, desta vez em Juqueí. Fiquei apaixonado de cara, pela pousada e pelo lugar.

A começar pela hora inteira economizada na estrada, o que não é nada mal. A praia é gostosa, limpa, e com uma boa faixa de areia dura para caminhadas e passeios de bicicleta. Tem uma boa infra de restaurantes, cafés e lojinhas para curtir no pós-praia (além do Badauê, deu vontade de conhecer o Gulero e o xará Bistrot, e talvez a pizzaria Suprema).

Pode até ser que fique cheia na altíssima temporada. Mas pegamos um final de semana de fevereiro, com estrada cheia e muito sol, e a praia estava um sossego.


A Pousada Vila Verde é um achado: por R$ 150, um belo quarto com ar, TV e frigobar e uma boa piscina para curtir depois da praia. Café da manhã justo, equipamentos de praia (cadeiras e guarda-sol) grátis, e donos super atenciosos. Só não deu tempo de testarmos a churrasqueira e o espaço com redes, ficou pra próxima.

Vila Verde Pousada
(11) 3863-1503

Badauê

A descrição do Guia do Estadão foi exata: “ótimo para dividir um peixe antes ou depois da praia”. No nosso caso, antes. O lugar é da categoria “se dei bem”: uma confortável varanda de frente pro mar de Juqueí.


Famintos, não resistimos a pedir os tais Bolinhos do Gato como entrada: massa com ervas e recheio de azeitonas, camarão e palmito. Caro (R$ 29), sem graça e desnecessários, concluímos depois.


Deveríamos ter guardado todo o espaço no estômago para o farto Peixe do Dia (R$ 86), anunciado no cardápio para duas pessoas, mas que serve três com tranqüilidade. Era uma pescada branca, assada na folha de bananeira, recheada com farofa de camarão, banana e alcaparras. Esse sim: delicioso. A alcaparra equilibrava o doce da banana, e os camarões eram muitos e até grandinhos.

Para ajudar a mandar para dentro, um sul-africano Porcupine Ridge Sauvignon Blanc 2006, que a Raca não curtiu. Eu achei bem bom, ainda mais naquele cenário. Depois disso, você ainda pode se arrastar para as mesinhas pé-na-areia, sob tendas na praia, para terminar o vinho e comer a sobremesa. No meu caso, para encerrar com um chazinho de hortelã da folha (ô ressaca!). E um mergulho no mar na preparação para a conta salgada.

No fim, achamos que a medida perfeita teria sido tirar o bolinho e levar nosso próprio vinho (rolha a R$ 25). Mas valeu super a pena assim mesmo.

Badauê
R. Mãe Bernarda, 2001 – Juqueí – São Sebastião (SP)Tel.: (12) 3863-3028

terça-feira, 12 de fevereiro de 2008

Adegão Português

Outra ótima dica da Marta. Pra começar, um dos melhores bolinhos de bacalhau da cidade, e um dos melhores que já comi também. Marta diz que faz avaliações detalhadas, com quesitos tipo “crocância” e tempero. Olha, não sou especialista, mas minha avaliação é nota 10 em tudo. Uma delícia.

Fomos todos de Bacalhau à Lagareira, que são postas com dentes de alho inteiros, pétalas de cebola com açafrão e batata calabresa (o mesmo que batata bolinha). E litros de azeite por cima. Acompanhado de brócolis, uma perfeição. Detalhe que Raca achou sem sal (estranho para um bacalhau, ora pois), mas eu achei bem bom, na verdade.

De sobremesa, uma infinidade de opções de doces portugueses. Tudo com Marta dizendo que “é maravilhoso!”. Morri de vontade de pedir um troço que tinha camadas de ovos nevados, baba de moça e outras coisas. Era grande demais e o quindim foi o escolhido, e que sorte. “Melhor da minha vida”, diz Raca. Ufa.

O vinho foi o alentejano Chaminé, boa dica de nosso anfitrião-sommelier Marcelo. Para procurar depois na Adega Alentejana. Aliás, importadora do nosso Azeite Eugênio de Almeida (ver abaixo). Aliás, algumas mesas do Adegão tinha garrafas do EA na mesa, ponto para eles. Embora a nossa tivesse um tipo mais comum, Andorinha ou Gallo, não lembro.

O ambiente é ajeitadão, coisa de R$ 80 por cabeça com uma garrafa de vinho entre cinco pessoas. Na saída, Marta deu o mapa da mina para uma barraca de ótimos quitutes nordestinos no pavilhão da feira nordestina de São Cristóvão, que fica em frente. Tudo registrado para uma parada obrigatória na próxima ida ao Rio.

Adegão Português
Campo de São Cristóvão, 212 - Loja A

segunda-feira, 11 de fevereiro de 2008

Toca do Siri

Um das boas dicas de nossa anfitriã carioca Marta. O Toca está no roteiro do Rio Botequim, o ótimo guia que ela edita. É um anexo do Siri Mole, restaurante maior, mais classudo e... mais caro, evidentemente. O Toca é super despojado, pouquíssimas mesas que ficam na entrada de um prédio (é sério, o pessoal passa no meio do boteco pra chegar em casa).


Começamos com a obrigatória casquinha de siri. Sem casquinha! O que significa mais recheio. Foi meio decepcionante. Acho que é porque estávamos esperando aquela maravilha dos deuses, de comer ajoelhado pedindo perdão a nosso senhor. Estava bem correta, mas um pouco fria. Enfim, próximo petisco!


Pra salvar a pátria, Samuca pediu um bolinho de mandioca com carne seca simplesmente sen-sa-cio-nal. Nunca comi nada igual. Tem um queijo na massa que deixa o bolinho bem cremoso, a fritura é leve, deixa uma casquinha bem fina... Tudo com muita cerveja gelada.


Encerramos com um abará, que eu não conhecia. É um acarajé light, digamos. Não é frito, é assado. Vem com todos aqueles acompanhamentos: vatapá, camarão seco, vinagrete e caruru. Raca não curtiu muito o caruru, eu gostei da obra toda.


Como não podia faltar um docinho, encaramos outra novidade: bolinhos de estudante. Massa de tapioca, frita (claro), coberta com canela e açúcar. Uma delícia, parecia uma pudim por dentro. Fechando o olho, dava pra esquecer o dilúvio do lado de fora e pensar numa praia baiana, à sombra dos coqueiros. E uma rede, pra puxar aquele ronco depois.

Só tinha uma garçonete para todas as mesas, mas ela nos atendeu super bem. E como parou de chover bem na hora de ir embora, rolou ainda uma caminhada digestiva no Arpoador, que fica ao lado, emendando em Ipanema. Ai, ai...

Toca do Siri
Rua Raul Pompéia ,6 (esquina com Franscisco Otaviano, aquele avenida que liga o Forte de Copacabana com Ipanema, passando pelo Arpoador).

Delírio Tropical

Dica excelente para almoço pré ou pós praia. O nome é infame, mas o buffet está cheio de comidinhas gostosas. O sistema é meio complexo, escolhe as saladas, depois os grelhados, ou não, não entendi. Só sei que no fim das contas meu prato tinha: uma salada de couscous, outra com morangos e salsão, e mais uma de folhas. Peguei ainda uma bruschetta (como todo o respeito) de tomate, mozzarella e manjericão no pão ciabatta, que eles esquentaram na hora. E abri mão do prato quente – Raca pegou uma truta com molho de alcaparras.

Tudo muito bem feito, bem gostosinho, e leve pra caramba. O preço é ótimo: no máximo R$ 20 o prato, e não se paga serviço, claro. O salão é naquele estilo rústico chic, os clientes de havaiana, clima de praia mesmo.

Soubemos depois que a casa é uma bela sacada do Bernardinho do vôlei (irresistível essa...), e que tem mais algumas filiais. Nós fomos na de Ipanema, a duas quadras da praia (Rua Garcia d´Ávila, 48). Mais detalhes aqui.