sábado, 23 de fevereiro de 2008

Genova

O resultado dessa visita é inusitado: não gostei da maior parte da experiência, mas fiquei determinado a voltar.

A dica veio do Josimar Melo, na Folha (para assinantes). Era perfeito para um jantar de dia de semana, direto do trabalho. A promessa de cozinha italiana com “gosto da simplicidade (...) e uma aura de coisa feita com paixão, com cuidado” me convenceu.

Fomos os primeiros da noite. O salão é gostoso (diz o Josimar que pode ser barulhento), e recebemos atendimento personalizado do sr. João, um dos proprietários.

A decepção começou no couvert: pão italiano com jeito de amanhecido, uma manteiga estranha. A sardella estava correta (não tem muito segredo...). Resolvemos dispensar e pegar uma entradinha.

Crostini de polenta com dois molhos – lingüiça toscana e cogumelos – e berinjela assada e gratinada. A deliciosa polenta foi o ponto alto da noite, talvez a responsável pela minha vontade de voltar. Molho de tomate com lingüiça do jeito que eu amo, sobre um quadradinho de polenta frita. O molho de cogumelos também estava muito bom. A berinjela estava gostosa também, mas dispensável diante da polenta.

Depois foi ladeira abaixo. Meu fusilli com molho de tomate e gergelim torrado não estava ruim. O molho de tomate estava bom, mas achei o gergelim desnecessário. Não fez muita diferença. E fusilli não é realmente a massa que mais me encanta.

A tristeza maior foi o bavette ao molho branco com abobrinha e açafrão da Raca. O molho parecia manteiga sem sal, pura e derretida. Pesado, sem sabor. Nossa sorte foi que o sr. João veio perguntar se estava bom e... enfim, não estava. Ele ofereceu para trocar na hora, claro. Escolhemos um penne com pesto de rúcula e amêndoas, esse sim, gostoso.

Ainda decidi tentar o tiramisu, sem sucesso. O chocolate em pó em cima estava exagerado, sabe quando forma pelotas na boca? Pena.

O vinho, um Terre Normanne Nero d’Avola, também era fraquíssimo. Mal chegamos na metade da garrafa.

Em resumo: muitos erros, mas uma polenta com lingüiça tão saborosa que deu esperanças de explorar mais o cardápio. Polpetonne, spaghetti com braciola. Ou mesmo pedir para fazer um penne com o molho da polenta, o sr. João diz que pode quebrar esse galho. E a rolha, a R$ 12, também anima. No mínimo, passar ali depois do trabalho para comer a polenta (R$ 11) é com certeza um programa bacana.

Genova
R. Lisboa, 346, Pinheiros - 3064-3438

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